Perdas

Façamos uma reflexão sobre as perdas, sejam elas de desconhecidos, conhecidos ou até mesmo de nossos entes queridos. Buscando orientação no evangelho discorreremos sobre o assunto.


Todos nós em algum momento da vida nos separamos de alguém e é sempre com muita tristeza que o fazemos, o que é totalmente natural, mas o que nos diferencia enquanto espíritas é que cremos no reencontro.

Porém o próprio evangelho nos alerta quanto a nossa postura frente ao desencarne, pois mesmo com este entendimento de que nosso Deus é justo, comumente desejamos a morte de outrem que não nos agradam.

Na verdade, cometemos um erro gravíssimo, porque aquele que parte terminou a tarefa e o que ficou talvez nem tenha começado. Então, porque queremos que aquele que precisa aprender não tenha tempo para fazê-lo e aquele que já acabou tenha que ficar preso na terra?

É o mesmo que manter dentro da prisão aquele que já concluiu sua pena, e dar a liberdade a outro que não tenha direito. Devemos entender que a verdadeira liberdade está no desprendimento dos laços corporais e que enquanto estamos na terra, estamos em cativeiro.

Quando perdemos um ente querido prematuramente, aos nossos olhos, dizemos que era muito joven e que eles ainda tinha tanto pela frente, tanto pra viver. Será que somente os velhos deveriam desencarnar? Não, porque ao pensarmos desta forma estaremos julgando a justiça divina pela nossa e na verdade existe sempre uma razão de ser para tudo, uma razão regeneradora.

A morte prematura é quase sempre um benefício concedido por Deus aos seus filhos, preservando-os da miséria e os afastando das seduções que poderiam levá-los à perdição. Quem morre na tenra idade, não é vítima da fatalidade, Deus permite que isso aconteça, pois julga que não lhe será útil permanecer mais tempo na terra.

Quando falamos de esperanças ceifadas, estamos falando da esperança de brilhar, de acumular fortuna? Seria esta uma visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria? Quem garante que não era uma vida carregada de amarguras. Seria preferir uma vida efêmera na terra ao ter um lugar entre os espíritos bem-aventurados.

Não devemos lamentar, quando Deus tira um de seus filhos deste vale de misérias, pois seria egoísmo querer que ele fique só para sofrer conosco.

Não devemos censurar o que não compreendemos, pois Deus é justo em todas as coisas. Por vezes o que parece um mal é na verdade um bem. À medida que nos esclarecemos, nos elevamos e assim a importância da vida terrena diminuirá, sendo apenas um simples incidente na infinita duração da nossa existência espiritual.

Tenhamos a convicção que a felicidade não é deste mundo e que todos nós temos a nossa parte de trabalho e de miséria, pois nada é por acaso, até a fortuna, o poder e a juventude têm um propósito.

O homem deve procurar a paz em seu coração, que é a única felicidade e para tanto ele deve evitar todos os tormentos, pois a infelicidade assola todos os níveis sociais.

Com Amor Universal,Cris